Cooperativas de crédito seguem com crescimento acelerado

Nos últimos anos, o mercado assistiu as startups de serviços financeiros ganharem força. No entanto, um modelo experiente de instituição financeira, do início do século XX, segue conquistando espaço: as cooperativas de crédito. Essas entidades crescem oferecendo os mesmos produtos e serviços que os bancos, a taxas mais atrativas e com educação financeira. Segundo números divulgados pelo Banco Central (BC), as cooperativas de crédito mantiveram-se como o segmento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) que mais cresce no país. Para se ter ideia, a carteira de crédito ativa (total de empréstimos ativos) do sistema cooperativo aumentou 35,9% em 2021, enquanto a carteira de crédito do SFN cresceu 15%.

Os dados fazem parte do relatório Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), publicado anualmente pelo Banco Central. De acordo com o relatório, a concessão de crédito pelas cooperativas financeiras cresceu apesar da pandemia da covid-19. Segundo o BC, o segmento tem presença marcante no interior do país e em negócios de pequeno porte, o que explica em parte o crescimento acima da média do SFN. Essa aceleração, bem como o papel de uma cooperativa de crédito, as ações sociais que fortalecem os municípios onde estão, o processo de formação no cooperativismo e a inovação na área foram pautas do programa CBN Goiânia, na edição do Café com CBN de abril, realizada no Sicoob UniCentro Br.

“O cooperativismo tem, cada vez mais, ganhando projeção no Brasil afora. E a área cooperativista que mais tem se difundido no país é o cooperativismo financeiro. Então, nós temos um longo caminho ainda, e realizar eventos como o Café com CBN, que divulgam e promovem a cultura cooperativista, com certeza vai ajudar a aumentar cada vez mais nossa participação no país”, conta Diogo Mafia Vieira, diretor de Relacionamento e Inovação do Sicoob UniCentro Br.

Apesar das cooperativas oferecerem os mesmos produtos e serviços que os bancos, essas instituições possuem algumas diferenças. Enquanto os bancos precisam dar lucro aos acionistas, as cooperativas distribuem resultado para os próprios cooperados. A cooperativa de crédito é uma instituição financeira, mas com diferencias, porque aqui os donos são os próprios associados. Então, eles têm condições de interferir na administração, e de receberem as sobras no final de cada exercício”, explica
Luís Alberto Pereira, presidente do sistema OCB/GO.

Ao abrir uma conta em uma cooperativa, a pessoa se torna um sócio dela. Na maioria das cooperativas do Brasil, qualquer um pode ser cooperado, independentemente da renda ou profissão. Se a cooperativa tiver resultado positivo, o dinheiro é distribuído aos cooperados uma vez por ano, proporcional ao valor das operações de cada um. Todos os depósitos mantidos nas cooperativas têm a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). O valor é o mesmo garantido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) aos clientes dos bancos.

Além disso, os associados podem votar em assembleias para tomar decisões sobre os rumos da cooperativa. A maioria delas investe na própria comunidade em que atua. “Eventos como esse são extremamente importantes, porque nos dão a oportunidade de mostrar o que é o cooperativismo e o que ele faz pelas pessoas que participam dele, o que ele agrega de valor para um cooperado e o que ela traz, também, para a comunidade na qual está inserida, onde nossas agências estão. Nós temos ações sociais importantes em todas as localidades onde temos agências, sempre participando de qualquer trabalho envolvendo instituições públicas, entidades filantrópicas, escolas. É um dos nossos preceitos.
Estamos à disposição da comunidade”, esclarece Raimundo Nonato Leite Pinto, diretor-presidente do sicoob Unicentro Br.

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